Metapneumovírus: doença respiratória preocupa Austrália, EUA e Portugal
Por Augusto Dala Costa | Editado por Luciana Zaramela | 29 de Setembro de 2023 às 18h12
O aumento de casos de um vírus está preocupando as autoridades australianas, que recorrem à vigilância sanitária e pedem que a população evite aglomerações — é o metapneumovírus, que não deve causar pandemias, mas ainda precisa ser tratado com atenção. Seus sintomas são tosse, febre, nariz escorrendo e dificuldades para respirar.
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Ele não possui letalidade elevada ou sequer causa um número de hospitalizações preocupante, mas os grupos de risco ainda podem sofrer consequências graves com sua infecção. O virologista John-Sebastian Eden contou à Rádio França Internacional que o vírus foi negligenciado por muito tempo, e, embora não seja mais sério que outras síndromes respiratórias, o número de casos ainda impacta a saúde.
Grupos de risco e disseminação
O local com maior número de casos é Nova Gales do Sul, província onde se encontra a capital da Austrália, Sydney, que viu infecções se alastrarem durante as últimas semanas. Em apenas uma semana, 1.168 casos surgiram, mas a suspeita é que o número real seja maior. Os grupos de risco incluem idosos e crianças abaixo dos cinco anos, com chances maiores de complicações como bronquite e pneumonia.
Apesar do espalhamento rápido, os profissionais de saúde do país não acreditam que o metapneumovírus acabe gerando uma pandemia como a do SARS-CoV-2. Mesmo assim, a recomendação é que os australianos fiquem em casa e tomem os cuidados preventivos usuais, como higienizar as mãos e utilizar máscaras, evitando a transmissão do patógeno.
O metapneumovírus em outros países
Portugal e Estados Unidos também mostram aumento nos casos de metapneumovírus de alguns meses para cá. Nos EUA, o CDC (Centros para Controle e Prevenção de Doenças) indicou que 20% dos testes de antígeno positivaram para a doença em março. A porcentagem é 36% maior em comparação com períodos anteriores à pandemia de covid-19. No país, as crianças são as principais afetadas.
Em Portugal, o pico de infecções ocorreu em julho, com quase mil casos sendo registrados desde o último trimestre de 2022. Cerca de 53% dos infectados tinha menos de cinco anos.